sexta-feira, 18 de abril de 2014

O 11 e o 13, como o 17 e o 19, o 41 e o 43.

Os números primos são divisíveis apenas por um e por eles mesmos. Na sequencia infinita de algarismos e combinações de algarismos, alguns chegam quase a ficar juntos, mas sempre existe um ou vários fatores que intercalam esse encontro.
A Solidão dos Números Primos conta a história de Alice e Mattia, cada um perdido em seu próprío conjunto de diferenças do resto da humanidade. Em alguma parte do drama, eles se encontram e é como se, em suas particularidades, se entendessem. "Estavam unidos por um fio elástico e invisível, encoberto por um monte de coisas sem importância, um fio que podia existir apenas entre duas pessoas como eles: dois que reconheceram a própria solidão, um no outro."
Além de tudo, A Solidão me fez pensar nas situações perdidas entre palavras não ditas e atitudes não tomadas, na dor no peito e o engasgo inexistente fixo na garganta. No quanto todas as frações de segundo alteram os cursos das vidas. Em como cada ínfimo detalhe ou veia de pensamento define cargas de situações que ainda vão vir. Nesse ponto, a história acabou me lembrando Cinco Centímetros Por Segundo, o que acho que contribuiu por me deixar com essa tristeza e insatisfação com a vida no final. Mas acho que fiquei mais triste não por como terminou, mas pelo simples fato de ter terminado, pelo vazio que me restou na ultima página e por me despedir da familiaridade dos personagens, a quem me afeiçoei muito.
Já sinto uma falta enorme da Alice e do Mattia e no fundo do coração ainda acredito que tudo acabou bem na vida deles.
Tudo isso de pequenas coisas e o curso que delimitamos por vezes quase involuntariamente pra vida pode levar à infinitas reflexões, mas acabo pensando no quanto tudo isso é triste ao mesmo tempo não sendo, já que no fim, independente do que aconteça ainda sabemos nos levantar sozinhos.

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